_vodkaart
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Quando uma maldição perdura, o ódio e a lamúria trilham de mãos dadas o caminho de séculos e séculos por ela, enfrentando medos, receios e a morte; sua principal interferência. Dândi, vampiro e chefe da máfia italiana, é a prova - não tão viva disso. Ele é selvagem, eloquente, dono de hábitos sujos e de mundos que, como cascatas, despencam e queimam ardentemente. Por cem anos, Dândi buscou por resquícios de sua vitalidade. Cansado da constante e monótona existência que a máfia e a imortalidade lhe trouxeram com a consequência de ser um monstro em um corpo humano, Dândi encontrou em um crucifixo a cura para seus dias estragados.
No entanto, desde que a humanidade se fez humana, você escuta dizer que, uma vez no inferno, apenas o diabo pode te salvar e, desse ditado, Park Jimin tirou o testemunho. O loiro danado teve o bastante para descobrir que cem anos é muito tempo para que uma história que não suportou uma só vida se desenrolasse e ocupasse o espaço de uma nova existência, garantindo que você reencontrasse o amor de sua vida passada, certificando-se de que a trilha sonora fosse estendida por mais séculos e séculos, adentrando a novos ouvidos, enfeitiçando com a sensualidade de um tango e a calmaria de uma valsa. Você não precisa de muito para saber que o ritmo seria dominado por Michael Jackson, tampouco que o destino do casal fadado a tragédias seria pintado por Bonnie e Clyde. Entretanto, que eles seriam facilmente uma canção composta por Paul McCartney e que, as vestes, o estilo de vida, a religião e a não imortalidade de um deles não impediu que estes viessem a cair um pelo outro; por todas ou qualquer maneira.
Crucifixo algum serviria de amparo quando a cartada final fosse lançada.
Capa por: @/KUROMIJK7